O que importa é a jornada, e não o destino final.
Bem no comecinho de 2021, minha irmã me escreveu essa frase por mensagem. Em seguida, falou de Soul, o novo filme da Disney, me pedindo para assistí-lo ur-gen-te-men-te. Na hora eu já pensei: “Ihhh, um filme pra chorar… será que é assim que eu quero começar o ano?”
Joe Gardner é um músico frustrado que acaba sofrendo um acidente e desencarnando (meio que morrendo) bem no dia de sua chance de sucesso. Ele vai para o além, foge de uma fila que leva as almas para o céu e vai parar no pré-vida. Lá, ele conhece 22, uma alminha que nunca quis vir para a Terra, mesmo passando por diversos mentores.
Não tem um dia sequer que eu não tenha pensado nesse filme desde que o assisti. A gente passa a vida inteira acreditando que tem que escolher algum trabalho que vai nos satisfazer e nos trazer sucesso, faz terapia vocacional, lê o “Propósito” do Prem Baba, faz análise para falar sobre esse tal projeto de vida que temos que arquitetar e, mesmo assim, cada vez mais, um vazio enorme vai se criando no peito de muitos de nós.
“Qual é a sua missão?”, “qual é o seu legado?”, “como vai querer ser lembrado?”, somos bombardeados por esse tipo de pergunta por todos os lados, na publicidade, nos filmes, nos livros.
Soul põe isso em xeque.
Quando a alminha 22 cai acidentalmente no corpo de um ser humano em vem para a Terra, ela diz uma frase aparentemente boba a Joe: - Você tá perdendo as coisas boas da vida, tipo… pizza! Neste momento, tudo muda.
Se o que importa realmente é a jornada, como é que a gente faz para exercitar aquele famoso “estar presente”? Eu, por exemplo, passo boa parte do meu dia pensando no passado ou no futuro. Tenho um chat comigo mesma no WhatsApp com o título To Do, em que escrevo frases tipo “comprar arroz”, “marcar médico do Francisco”, “ligar para a minha avó”. Quando ando de bicicleta no parque, penso sobre o relatório do cliente X e, quando estou colocando meu filho para dormir, lembro que tenho que pedir para o meu marido comprar fraldas no caminho do trabalho.
É aqui que eu pauso e divido mais um trecho do filme: Algumas pessoas não conseguem se livrar de suas ansiedades e obsessões e ficam perdidas, desconectadas da vida.
O caminho para essa conexão com a vida só a gente vai descobrir, ele é diferente para cada um, não tem fórmula pronta. É claro que eu gostaria de ter uma lista de tarefas que me garantisse um destino grandioso, mas como é que eu encontraria a minha própria maneira de chegar ao fim com um manual de instruções?
Talvez, o sentido nunca vai existir. E o que vale é como e com quem vamos estar ao percorrer a jornada. <3
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