Quanto tempo se leva para criar ou abandonar um hábito? Um estudo da UCL (University College London) liderado pela pesquisadora de saúde e psicologia Phillippa Lally afirma que, em geral, as pessoas precisam de 66 dias para adquirir constância em algo em suas vidas — ou mudar algo que fazem constantemente.
Me lembrei dessa pesquisa (que já tem dez anos de existência) no primeiro almoço que fui e encontrei mais de uma pessoa — passado o isolamento social mais intenso que instaurei em minha vida desde a chegada do coronavírus no Brasil. No momento de escolher uma roupa e fazer uma maquiagem, me deu tela azul: não sabia direito quem eu era.
A comprovação desse descolamento de mim mesma veio ao chegar ao local do encontro com dois casais de amigos quando me olhei no espelho. Eu usava uma sombra marrom escura que puxava um pouco para o dourado apenas nas pálpebras superiores sem máscara de cílios — algo muito atípico nas maquiagens que costumava fazer “na vida real”.
Após meses sem fazer as unhas, passar maquiagem, fazer qualquer tratamento de cabelo em um salão de beleza, procedimentos estéticos em consultórios de dermatologistas e até pensar em roupas para ir a um evento especial, acredito que as mulheres que fizeram quarentena ao redor do mundo devam estar se sentindo como eu: um pouco órfãs de si mesmas.
Me questionei. Repensei todo o meu acervo de produtos de beleza, doei muita coisa (entre itens de skincare, para o corpo, cabelo e, principalmente, maquiagem). Como escrevi aqui, cansei até do meu reflexo no espelho e me desfiz das longas madeixas que cultivava há cinco anos. Superado o susto, achei divertida a ideia de poder criar uma nova Olívia. Mas o fato é que a tela em branco começou a me agradar bem mais que uma possível novidade em termos de cores e texturas.
Agora, ao passar bem mais tempo fora de casa que nos últimos oito meses, tenho apostado em produtos que realçam as características reais da minha pele em vez de cobri-la. Misturo com hidratante a base Les Beiges Water-Fresh Tint (Chanel), que é uma aguinha luminosa com pingos de pigmento, e uso como corretivo. Uso nas maçãs do rosto e (quando animada) nas pálpebras o batom Modern Matte Powder (Shiseido), na cor Disrobed, que é um marrom puxado para o rosa. O Lip Oil (Vult) finaliza e hidrata com a textura glossy na medida.
Ainda tenho um grande apego ao arsenal mais parrudo que de muita gente que conheço que mantenho em casa (ainda que ele tenha diminuído em, pelo menos, metade). Sei que vou querer usar mais maquiagem que isso quando as festinhas voltarem. Mas o que eu pretendo mesmo levar dessa mini crise com a minha imagem é respeitar a minha pele, as minhas unhas e corpo e, acima de tudo, as minhas vontades. E você, quer ser quem agora?
15/01/2021 | História
Sobre os novos rumos do consumo sexual no Brasil e a relação do tema com bem-estar
30/11/2020 | História
Fã de banhos de ervas, Oli dá o caminho para criar o seu próprio arsenal de limpeza energética
20/10/2020 | História
Como a empresária Beatriz Tardin materializou o propósito da beleza consciente
19/10/2020 | História
Conheça NIVEA DEOMILK, o elixir da beleza que trata as axilas
06/10/2020 | História
Ação envolveu de yoga a morning pages para nossas convidadas
08/09/2020 | História
Olívia Nicoletti investiga a ligação entre saúde emocional e dermatológica
20/08/2020 | História
Um compilado de links e notícias que marcaram a última semana